terça-feira, 14 de setembro de 2010

A arte e a Mídia

As mídias são instrumentos e veículos do conhecimento, portanto, da propagação da arte. Porém, pelo uso desenfreado, sem limites destas formas de comunicação e interação, a arte como produção do intelecto tem se perdido em meio a tantos interesses difusos e desconectados com a produção do saber. A própria realidade humana fica submissa a este plano virtual. Não podemos nos esquecer, sobretudo, que, mesmo em outro plano, somos humanos - gente!!! É preciso pensar mais do que simplesmente fazer. Se hoje possuímos mais ferramentas que a duas décadas atrás, era pra todo mundo estar produzindo mais coisas boas para si e para o próximo. Infelizmente, as produções no uso da mídia estão deixando transparecer que, mais do que nunca, precisamos investir nosso tempo na produção do bem e do bom. A educação para a arte é um caminho de opção que propicia que a valorização do homem e da sua história, como ponto elucitativo da necessidade do próprio conhecimento para produzir para o futuro, mas antes de tudo ser no presente o cidadão que usa a sua capacidade de reflexão para criticar, escolher, optar e não consumir tudo que é vinculado nas mídias. O estudo interdisciplinar da filosofia, sociologia e história, no desenvolvimento e na interação de conhecimentos e experiências formam no indivíduo, novas formas de ver e o reconhecimento de seu próprio poder de escolher e exigir o melhor.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Arte e a Prática Pedagógica na Educação Especial e Inclusiva


Título: “Natureza Morta” de Giovane Krauzer da Silva, 2007

O ensino da arte para alunos portadores de necessidades educacionais especiais proporciona novas possibilidades de capacitação através do exercício da criatividade e da disposição dos instrumentos e estratégias que promovem o conhecimento do indivíduo e tratamento diferenciado, conforme as dificuldades diagnosticadas. O campo da arte nas diferenciadas práticas: a pintura, o desenho, a dança, a música, escultura e artesanatos, direcionam a ação educativa para um ambiente em que se podem trabalhar as diferenças, possibilidades e limitações, objetivando a superação e desenvolvimento social, intelectual, a partir das significações apreendidas pelo aluno, na sua individualidade e interpretação.
A instrumentalização dos recursos do ensino da arte configura uma fonte diversificada de estratégias no processo ensino/aprendizagem, no qual o aluno não tem de ser considerado portador, ou possuidor, de alguma deficiência.
A utilização das estratégias de aprendizagem no exercício cognitivo, que é realizado na prática de adquirir o conhecimento, segue os processos de sensibilização para motivação ao aprendizado através das técnicas referentes à formação, a manutenção e mudança na perspectiva do aluno, quanto ao estudo. As estratégias afetivas no enfrentamento dos desafios propostos ao aluno que é evidenciado na auto-estima do aluno e controle emocional, que direciona o processo à atenção necessária, pela observação e concentração no objeto de estudo, para então, alcançar o processo de aquisição, no qual o conhecimento transforma-se em idéias, expressões e proposições próprias do indivíduo. Este processo no ensino e prática da arte, na educação inclusiva, pode ser alcançado pela dinâmica da produção artística, que lhe é peculiar, por trazer o favorecimento da criação e interpretação do indivíduo, aos elementos de sua produção, na significação única do que é produzido. Na prática artística, neste processo de educação, existe uma facilitação dos processos de aquisição e desenvolvimento dos conhecimentos, bem como das formas de estudo que podem colaborar na apreensão dos métodos e estratégias, da motivação e controle emocional requerido para outras disciplinas e conteúdos, em que o aluno apresentasse maior resistência, ou desinteresse. O processo desenvolve novos conceitos sobre o que é adquirir conhecimento e, portanto, gera novos procedimentos pelo aluno. As avaliações também devem seguir o conceito de aquisição de conquistas, que permite melhor análise, por parte do aluno, do reconhecimento do que falta alcançar.

Referências:

Minorias Culturais: Tratamento Educacional
de Maria Arrilaga

Dificuldades de Aprendizagem: As estratégias
de José Antônio Bueno

domingo, 19 de julho de 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Papel do Professor


Nas experiências com formação docente, uma das questões mais recorrentes refere-se à falta de informações de base, o que faz com que os professores sintam-se hesitantes para modificar sua prática letiva através, por exemplo, da estimulação de questionamentos por parte dos alunos, os quais – acreditam - não estão em condições de responder.

As dúvidas manifestadas pelos professores deixam entrever duas questões entrelaçadas: o resultado da precária formação recebida, que os torna inseguros, e a percepção de seu papel como depositário e transmissor de informações. A falta de preparo resultante da trajetória de educação formal tende a criar professores desmotivados, acomodados a uma prática convencional, autômata, na qual perdem o prazer de ensinar, tanto quanto os alunos perdem o de aprender.

Para ministrar uma boa aula, é necessário que o professor esteja seguro em relação ao conteúdo a ser tratado, isto é, que conheça o assunto, porém de modo a conduzir discussões produtivas e orientar processos de descoberta por parte dos alunos. Entre sentir-se seguro e ser capaz de esgotar o assunto, no entanto, há uma longa distância. Quando se trata de arte, então, isso se torna quase impossível.

Um dos aspectos essenciais do objeto de arte é ser interpretativo; por outro lado, um aspecto essencial do ser humano é ser interpretador. A interpretação de um objeto (assunto, imagem, fato, ação) depende do ponto de vista do observador, das relações por ele traçadas junto ao que já conhece ou imagina, às suas memórias, expectativas, enfim... A interpretação é pessoal, portanto é impossível ao professor de artes abarcar todas as interpretações possíveis de um objeto.

A discussão acerca do objeto de arte é uma ampliação das possibilidades interpretativas do objeto até os limites por ele próprio impostos. A idéia de que é necessário saber previamente as respostas a todas as perguntas imprime sobre o profissional uma pressão irreal. Em grande parte, em se tratando de arte, é a soma das diferentes interpretações possíveis de um objeto, amalgamadas pelo professor, que amplia o significado e o interesse acerca dele.

A condução da discussão sobre o objeto (conteúdo, idéia, fato, ação), permitindo a interpretação pessoal dos alunos, a soma das experiências trazidas por eles, os debates da classe sobre a atitude de um e outro, oferecem sempre novas possibilidades que podem ser úteis para a compreensão mais aprofundada do objeto. E é exatamente aí que reside o prazer de ensinar!

Saiba Mais: Milene Chiovatto - O Professor Mediador
imagem - www.foyerdelart.com

Fayga Ostrower - Artista e Educadora do Nosso Século

Casas - Xilogravura sobre papel, 1947.

Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, teórica da arte e professora, Fayga Ostrower chegou ao Rio de Janeiro na década de 30. Cursou Artes Gráficas na Fundação Getúlio Vargas, em 1947, onde estudou xilogravura com Axl Leskoscheck e gravura em metal com Carlos Oswald, entre outros. Em 1955, viajou por um ano para Nova York com uma Bolsa de estudos da Fullbright.

Seus trabalhos se encontram nos principais museus brasileiros, da Europa e das Américas. Recebeu numerosos prêmios, entre os quais, o Grande Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo (1957) e o Grande Prêmio Internacional da Bienal de Veneza (1958); nos anos seguintes, o Grande Prêmio nas bienais de Florença, Buenos Aires, México, Venezuela e outros.

Fayga Ostrower

Entre os anos de 1954 e 1970, desenvolveu atividades docentes na disciplina de Composição e Análise Crítica no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. No decorrer da década de 60, lecionou no Spellman College, em Atlanta, EUA; na Slade School da Universidade de Londres, Inglaterra, e, posteriormente, como professora de pós-graduação, em várias universidades brasileiras. Durante estes anos desenvolveu também cursos para operários e centros comunitários, visando a divulgação da arte. Proferiu palestras em inúmeras universidades e instituições culturais no Brasil e no exterior.

Foi presidente da Associação Brasileira de Artes Plásticas entre 1963 e 1966. De 1978 a 1982, presidiu a comissão brasileira da International Society of Education through Art, INSEA, da Unesco. Em 1969, a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, publicou álbum de gravuras suas, realizadas entre 1954 e 1966. É membro honorário da Academia de Arte e Desenho de Florença. Fez parte do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro de 1982 a 1988. Em 1972, foi agraciada com a condecoração Ordem do Rio Branco. Em 1998, foi condecorada com o Prêmio do Mérito Cultural pelo Presidente da República do Brasil. Em 1999, recebeu o Grande Prêmio de Artes Plásticas do Ministério da Cultura.

Seus livros sobre questões de arte e criação artística são: Criatividade e Processos de Criação (Editora Vozes, RJ); Universos da Arte (Editora Campus, RJ); Acasos e Criação Artística (Editora Campus, RJ); A Sensibilidade do Intelecto (Editora Campus, RJ - Prêmio Literário Jabuti, em 1999); Goya, Artista Revolucionário e Humanista (Editora Imaginário, SP) e A Grandeza Humana: Cinco Séculos, Cinco Gênios da Arte (Editora Campus, RJ). Publicou numerosos artigos e ensaios na imprensa e na mídia eletrônica.

Nascida em 1920 na cidade de Lodz, Polônia, a artista faleceu no Rio de Janeiro, em 2001.

Saiba mais - http://www.faygaostrower.org.br/artista.php


quarta-feira, 6 de maio de 2009

História em Quadrinhos


Os gibis têm a particularidade de unir duas riquíssimas formas de expressão cultural: a literatura e as artes plásticas. Isso os torna uma fonte preciosa de inspiração para as iniciativas didáticas. Há histórias em quadrinhos excelentes que, pelo enredo, pela linguagem e pela qualidade das ilustrações, podem dar contribuições valiosas às suas aulas. Usar quadrinhos em classe, montar uma gibiteca e até fazer um gibi, é trabalho que envolve exercícios de literatura, criatividade, composição e de desenho. A decisão de como, quando e quais histórias em quadrinhos devem ser usadas vai depender da proposta pedagógica da escola, dos objetivos do trabalho e do ritmo da sua turma.

MEC RECOMENDA O USO EM CLASSE
"Por associarem imagens e textos, os gibis ajudam as crianças a aprender a ler e a avançar rapidamente na leitura", afirma a pedagoga Maria Cristina Ribeiro Pereira, coordenadora geral dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). A recomendação de usar histórias em quadrinhos nas escolas consta do volume dos PCN dedicado ao ensino da Língua Portuguesa. Os PCN são uma série de sugestões para a mudança dos conteúdos disciplinares da 1ª à 4ª série do ensino fundamental, que foi apresentado em 1997 pelo MEC.
Nos gibis, as crianças conseguem deduzir o significado da história, que não são capazes ainda de ler diretamente, observando a imagem. "Isso dá a elas a sensação de serem leitores, o que é importante no processo de alfabetização", explica Maria Cristina. Para crianças que nunca tiveram contato com a leitura, o professor deve, antes de tudo, ensiná-las como se lê o gibi, da esquerda para a direita e de cima para baixo.

Proposição Pedagógica: Gibi na Escola.
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PCNs de Artes

Obra de Joaquín Torres-García

Em todos os ciclos da educação fundamental, os Parâmetros Curriculares dão à área de Arte uma grande abrangência, propondo quatro modalidades artísticas: (1) Artes Visuais - com maior amplitude que Artes Plásticas, englobando artes gráficas, vídeo, cinema, fotografia e as novas tecnologias, como arte em computador; (2) Música; (3) Teatro; (4) Dança, que é demarcada como uma modalidade específica.
Ao se pensar a prática pedagógica na escola, a primeira grande questão é: como realizar, na sala de aula, a proposta dos PCN para Arte, com suas quatro modalidades artísticas? O fato é que os PCNs, que apresentam uma proposta tão abrangente, não chegam a apresentar de modo claro a forma de encaminhar concretamente o trabalho com as diversas linguagens artísticas.
Cada escola pode e deve, portanto, elaborar sua própria proposta pedagógica. Se construída de forma participativa e compromissada – não se revestindo apenas de um caráter burocrático –, deve decidir como utilizar os recursos humanos e materiais disponíveis de modo a atender às necessidades específicas de seu alunado. A proposta pedagógica é, pois, o espaço ideal para definir o melhor modo de encaminhar o trabalho de arte na escola, fazendo uso da autonomia prevista na LDB e nas Diretrizes Curriculares, e atendendo à flexibilidade da proposta dos PCN-Arte. Neste quadro, sendo analisados e discutidos com cuidado, os PCN-Arte podem ser utilizados para respaldar uma atuação mais aprofundada em determinada linguagem artística, ou ainda como base para reivindicar as condições necessárias para uma prática pedagógica de qualidade.

Aprofundando o Conhecimento: Maura Penna - PCN nas escolas: e agora?

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